É sempre difícil encontrar um ponto de partida. Entretanto, decidimos começar por um tema que ainda é muito presente em nossa sociedade: as ditaduras que dominaram a cena política da América Latina nas últimas décadas, em especial a brasileira. Um dos motivos da escolha foi a possibilidade de analisarmos a evolução política desde a ditadura e quais os fatores decisivos para a consolidação de um estado democrático de direito (?).
A discussão ainda é alimentada pela recente abertura (ou tentativa) dos arquivos secretos da ditadura e pelos 30 anos da Lei da Anistia Penal. Àqueles que acreditam que se trata de assunto batido, fato consumado a beirar o esquecimento, recomendo as seguintes palavras:
A discussão ainda é alimentada pela recente abertura (ou tentativa) dos arquivos secretos da ditadura e pelos 30 anos da Lei da Anistia Penal. Àqueles que acreditam que se trata de assunto batido, fato consumado a beirar o esquecimento, recomendo as seguintes palavras:
"Para que não se esqueça, para que
nunca mais aconteça!"
Para introduzir o debate, escolhemos um filme provocativo, irresistível, brilhante: Cabra-Cega, do diretor Toni Venturi.
Sinopse: Cabra-cega é um thriller político. A trama principal trata da relação limite de Tiago (Leonardo Medeiros) e Rosa (Débora Duboc), dois jovens militantes da luta armada, que vivem o sonho do projeto revolucionário. Alojados num bairro tradicional de São Paulo, no belo apartamento do arquiteto Pedro (Michel Bercovitch), um simpatizante da causa, eles vão perdendo a razão com os acontecimentos vertiginosos e incontroláveis daqueles tempos. O pano de fundo é um Brasil amordaçado e sem liberdades democráticas. Tiago, o comandante de um "grupo de ação" de uma das organizações da ultra-esquerda brasileira, ferido à bala em uma emboscada da polícia, é obrigado a se esconder na casa de Pedro. Estamos em setembro de 1971, a organização está debilitada e discute o abandono da estratégia armada. O projeto de derrubar a ditadura pela violência fracassou completamente. Rosa, uma militante de base e filha de operário, é o contato de Tiago com o mundo, a vida, a fantasia. É também sua enfermeira.
Mateus (Jonas Bloch), o dirigente da organização, trabalha incansavelmente para salvar o que restou dos seus quadros. Pedro começa a temer pela sua segurança e passa a ter um comportamento ambíguo. Tiago cria suspeitas de que ele é um traidor. A situação externa vai se deteriorando: a morte de Lamarca, os arrependidos, o avanço contínuo da repressão. Tiago e Rosa se entregam a uma paixão urgente.
Mateus (Jonas Bloch), o dirigente da organização, trabalha incansavelmente para salvar o que restou dos seus quadros. Pedro começa a temer pela sua segurança e passa a ter um comportamento ambíguo. Tiago cria suspeitas de que ele é um traidor. A situação externa vai se deteriorando: a morte de Lamarca, os arrependidos, o avanço contínuo da repressão. Tiago e Rosa se entregam a uma paixão urgente.
"A trama de ficção remonta o universo em que a resistência ao regime militar brasileiro pegou em armas em nome do sonho socialista. 'Trata-se da história dos derrotados e, portanto, é uma outra leitura que se contrapõe à história oficial, que prefere apagar o período de nossa memória em vez de refletir sobre ele', afirma Toni Venturi, diretor e produtor de Cabra-cega."
Então, esperamos que todos compareçam!
O primeiro encontro acontecerá nesta quarta-feira (07/10/2009) às 14h30min na sala 217 do CCJ.
Até lá! ;D
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